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LuxSalus.blogspot.com/Terapia da Escrita III (cont.)

Um caminho para podermos trabalhar os sentimentos e emoções que quando exacerbados provocam o stress: fonte primeira da existência de desequilibrios que acabam por produzir "doentes". Muitas vezes, a nossa necessidade fundamental é somente sermos ouvidos, pois falando (ou na presente situação: escrevendo), podemos analisar aquilo que sentimos e assim entender mais claramente os motivos de nossos problemas.

COMO PARTICIPAR

Observe o número que antecede a situação; se julgar que o seu problema é semelhante, indique o número e relate-o detalhadamente no e_mail, se possível e se esse for o seu desejo.

Se você quiser desenvolver seu personagem, também é possivel, mas é necessário que você nos informe e posteriormente acompanhe o desenvolver e a estrutura da estória.

Endereço de e_mail a utilizar:
luxsalus@gmail.com

REGISTROS

ADVERTÊNCIA

O CONTEÚDO DESTE TEXTO É INADEQUADO PARA MENORES DE 14 ANOS.CONTÉM PALAVRAS DE BAIXO CALÃO, DESCRITIVOS SENSUAIS E DE VIOLÊNCIA.

Terapia da Escrita III - Era Uma Vez... (cont.)

VIII

Á quilômetros dali, Carlos , após ajeitar suas coisas na casa da praia, resolveu passear. De bermudas e descalço caminhava pela praia quando tocou o celular: - Oi! Pois não?
- Oi, Carlos! É Sílvia
- Oi, Sílvia, como estás?
- Tudo bem! E você meu querido? Já estás na praia?
- Já Sílvia; cheguei a pouco mais de uma hora e já estou passeando e... estou bem! Aqui é como você disse: isolado e muito bonito. É um lugar extremamente agradável; diferente das outras praias!
- Puxa, que bom que você esta bem e esta gostando do lugar. Qualquer hora, se você não se incomodar lógico, dou um pulo até aí e te mostro alguns locais secretos!
- Secretos por quê, Sílvia?
- Porque eles são escondidos e de acesso meio complicado.
- Ok! Fico na espera...
- Legal! Agora preciso desligar. Se precisar de alguma coisa, me ligue por favor, Carlos.
- Obrigado Sílvia! Ligo sim! E obrigado novamente pela tua ajuda e atenção.
- Não é nada Carlos! Um beijo...

- Um beijo Sílvia! Até...

Carlos parou e sentou em um troco de árvore que estava na praia; enquanto olhava a imensidão do mar, pensava em tudo que tinha acontecido: - meu Deus! (225) Dez anos casado e de repente isto; (226) toda essa tristeza, decepção... por que as pessoas são assim... Nathali! Eu te amava tanto! Amava não! Ainda amo!... mas a tristeza e a decepção são maiores... e o ódio agora existe! Deus! (227) Como dói tudo isso! Deixa pesado meu coração... Por quê você fez isso comigo, Nathali? Poderia estar aqui agora...

(228) A mistura de sentimentos e emoções não deixavam mais Carlos , pensar; lagrimas começaram a descer pela sua face; no limite da dor da perda e da tristeza, Carlos (229) soltou um grito animalizado, que preso no mais profundo do seu ser, precisava agora ser liberado! Aquele grito de desespero ecoou e por segundos se sobrepôs até ao barulho do mar... abençoado grito, sem o qual não há razão que se sustente!

(230) Em prantos, deitado e encorujado na areia da praia, Carlos sucumbiu ante o cansaço e por horas alí permaneceu. Ao acordar, o sol a pino começava a fazer com que as partes de seu corpo que estavam expostas ardessem; sobressaltado, sentou-se e por alguns momentos, ainda perdido, permaneceu olhando o mar...

IX

Enquanto isso, Carla conversava com sua mãe a respeito de Arturo, seu noivo: (231) - minha filha, Arturo é um bom rapaz; tem posses; é bem conceituado...
- É! Eu sei mamãe; (232) o problema é que ele nunca esta presente; está sempre viajando, cuidando dos negócios da família dele; é sempre assim! (233) Eu acho que não quero essa vida para mim... já estou cansada de sair sozinha, ficar sozinha! (234) Tudo sozinha...
- Mas minha filha! A vida é assim mesma; nada é como queremos!

- Ah, não mamãe! (235) Pelo menos em relação à pessoa que estará comigo terá que ser como eu quero, ou não será! Mãe, você acha sinceramente que...

Nesse momento, toca o celular de Carla; sua mãe sorri e diz: - deve ser ele, sentindo saudades suas...
Carla atende: - oi!

- Oi Carlinha! Como estás, mi amor?
- Não muito bem Arturo! Fazem dez dias que você está viajando e a gente só conversa por telefone... estou cansada de tudo isso! Você nunca esta perto! Me sinto só...
- Carlinha! Carlinha! Per favore! Sabes que eu preciso viajar, cuidar dos negócios da família, dos nossos negócios...
- Nossos negócios uma merda!
- Que é isso mi amor! Carlinha, olha, me escuta per favore, estarei aí este fim de semana e prometo compensar-te! Prometo! Não te arrependerás!
- Arturo! Não agüento mais isso! Depois não reclame...
- Bueno amore, bueno! Non te preocupes...
- Não te preocupes a puta que te pariu! Quem tem que se preocupar é você! E quer saber do que mais, ah! Deixa prá lá... conversamos quando estiveres aqui. Tchau!

- Minha filha, você está sendo muito...Mamãe!
- Deixe que eu cuido do Arturo! Já estou fazendo muito, pode acreditar...

Carla é muito (236) decidida e não gosta de enrolação e Arturo por sua vez, teve uma educação diferente; viveu quase toda sua vida na Europa onde estão estabelecidas as empresas de sua família que é riquissíma e ele, naturalmente, foi educado para administrá-las, considerando-as mais importantes que tudo, (237) inclusive sua vida pessoal.

Mas Carla não quer saber de nada disso! Ela tem sua vida e para ela, se Arturo a quiser, terá que permanecer a seu lado.
- Mamãe, vou sair! Espairecer! Cada vez que falo com Arturo fico mais e mais irritada...
- Minha filha...

- Tchau mãe! Qualquer coisa te ligo...


X


A mãe de Carla, Fernanda, é uma mulher com seus cinqüenta anos, mas aparenta mais, pois não teve uma vida muito fácil. Quando casou com Fioravantti, acreditava que sua vida deveria (238) ser dedicada totalmente a seu marido e a seus filhos. Fez muitos sacrifícios até que ela e Fioravantti atingissem uma estabilidade financeira que lhes desse tranqüilidade e assim, acabou por (239) esquecer de si própria; não se cuidou como deveria. Sua vida social, (240) se restringia a pequenas festas familiares e poucas ações na comunidade religiosa da qual fazia parte; (241) há muito não dividia mais sua vida com Fioravantti, embora morando sob o mesmo teto e dormindo na mesma cama. (242) Resignada, achava que sua vida estava como deveria estar e que não lhe cabia reclamar, pois tinha tudo que necessitava. Considerava que provavelmente, Fioravantti tinha lá (243) seus casos, mas nada que não fosse natural; coisa de homem! Com Carla definindo sua vida, restava-lhe apenas Jean, seu filho caçula, a quem ela tratava com (244) mimos e a quem dispensava toda a atenção e fazia todas as vontades.

XI

Jean, aos vinte anos, cursava Direito; era culto, muito inteligente (245) e usava drogas, que segundo ele, serviam só para deixá-lo (246) numa boa, sem stress, as quais (247) poderia largar quando bem entendesse. Assim, sempre que sentia necessidade, Jean procurava Zé da Branca, conhecido fornecedor e traficante de drogas. O contato inicial era sempre por celular: - Oh Zé, meu irmão! Tudo bem? É o Jean... olha, (248) to precisando da preciosa; pode ser?
- (249) Claro brother, chega aí! Sabe que teu passaporte é liberado...
- Legal, Zé! Depois passo por aí!
- Só não vem muito tarde, que hoje tenho uns lance meio porreta que tenho que cuidá pessoalmente...

- Pode deixar, depois da aula, to por aí.
Ao desligar o celular, Jean viu Gisele e a chamou: - Oi Gisa! Tudo bem?
- Oi Jean! Tudo bem! E ai, como vão as coisas?
- Tudo bem, gata! Tudo bem... escuta: você viu se o Dru tá por aí?
- Ví não! Faz mais de três semana que não encontro o Dru; disseram que ele tinha sido internado de novo.
- É! Foi sim, mas eu soube que já saiu...pô! O cara é amigão; queria ver como estava; leva uma conversa.
- É! Não vi ele não; se o encontrar, digo que você esta procurando por ele, tá bom?
Jóia gata! Precisamo sair qualquer hora dessa!

- Legal, Jean! Até.

Enquanto Gisele se afastava, Jean admirando-a,

pensava: (250) - gatinha boa essa! Deve dar um bom amasso... mas falando em amasso, vamos lá ver aquele chato do professor de criminalística, o senhor cara amassada!

Jean não conseguiu (251) terminar de assistir a aula e foi até o bairro da farinha encontrar o Zé da Branca: - daí, mano! Tudo bem?
- Oh! Menino Jean; tudo bem cara!

Tudo bem... E daí?
- Bom, meu amigo Zé... daí é que to (252) precisando ir passear no céu e tô sem asas... até trouxe (253) umas verdinhas prá rola rapidinho!
- Bom garoto! Toma lá! (254) Só te cuida prá não ir passear no inferno...
- Valeu, mano Zé! Agente se vê!
- Jean! Jean! pera um pouco aí brother... o negócio e o seguinte: tá prá rola uma parada boa (255) e preciso saber se tá tudo tranqüilo; sabe como é né... preciso saber se vai (256) ocorre alguma visita da justa por aqui essa semana e como sei que tu é próximo lá dos home, (257) será que dava prá checa se posso manda acontece o lance?
- (258) Zé, como tu é meu irmão e sempre facilita, vou ver o que consigo e lanço pelo celula, falou?

- Sabia que tu era gente boa garoto! (259) Tu não vai te arrepende, podes crê.

(260) Jean sabia que não podia negar um pedido do Zé da Branca; (261) tinha muita coisa em jogo; assim como ele fazia estágio em lugares com (262) farta informação, não foi difícil saber das operações e repassar as dicas: - Zé! É o Jean...tá tudo limpo irmão!
- Falo brotherzinho! Tu é deiz! Fica de olho que quando precisares e não tiveres as verdinhas, (263) eu seguro uns dias prá ti, pode crê.

- Valeu Zé, até!

- Irritado com a falta de consideração de Zé da Branca, Jean pensava: (264) - Trafica do caralho! Que que esse merda pensa que é? Deixa estar, bicho! Deixa estar...


XII

Zé da Branca por sua vez, sentindo-se tranqüilo, ligou para seu contato: - Doutor Jardel, como vai? É o Zé falando! (265) Tá tudo certo prá gente termina de negociá?
- Está tudo certo Zé, não se preocupe. E por aí?

- Tá a maior belezura! O sol vai continua brilhando até de noite; não vai pinta nenhuma estrela no pedaço; tá garantido! Lhe espero as oito... em ponto.

- Era o Zé da Branca, Augusto. Só falta aquele pulha do Fioravantti entregar a mercadoria, para fecharmos esse negócio com chave de ouro!
- Ouro não, Jardel! Diamante!
- Sim, bem colocado. Bom, ainda temos algum

tempo até o Fioravantti chegar, assim vou aproveitar para fazer sauna e massagem. Nos encontramos no bar, lá pelas seis.

- Ok! Até as seis!

XIII

Eram três e meia da tarde e Fioravantti após almoçar com Bombom, (266) sua amante já há alguns anos, se preparava para retornar ao trabalho: - Bombonzinho! Preciso retornar à empresa; tenho negócios inadiáveis a resolver...
- (267) Ah, Giusseppezinho! Até quando vamos ficar separados? Você vem aqui, me tem e me deixa sozinha depois... eu sinto tanto a tua falta (268) meu cachorrinho...
- Bombonzinho! Você sabe que não posso fazer nada a respeito, afinal eu tenho que (269) manter as aparências; você sabe que é importante para os negócios, não sabe? E além do mais, (270) nunca te prometi nada além do que posso... mas para você não ficar triste, passei no banco e (271) aumentei o limite do teu cartão para que você compre o que você tanto queria...
-Giusseppezinho! Amorzinho do meu

coraçãozinho...quer dizer que eu posso trocar essa lata velha que eu dirijo, por aquele carrinho bonitinho que é importadinho? É isso mesmo meu cachorrinho?
- É Bombonzinho! É isso mesmo!
- Iau! Yes! (272) Te amo, amo, amo, loucamente... venha aqui, venha totózinho! (273) Venha lamber sua doninha! Venha! Venha...
- Já disse Bombonzinho: preciso ir! Mas quando eu voltar...
- Ah, totózinho! Não vou agüentar esperar...
- Bombonzinho, agora me vou! Tchau...

- Bye, bye, cachorrinho! Estou com saudadeszinha viu?

Fioravantti com um sorriso de satisfação, se voltou para dar uma ultima olhada em Bombom, pensou: - (274) O que não se faz por um pedaço de mulher...


XIV

Imersa em seus pensamentos, Bombom ficou

deitada curtindo antecipadamente seu presente:

(275) - hum... será que compro aquele branco? Não! Prefiro o vermelho... é mais tchan! (276) Será que Prainho está de folga hoje? Vou ligar... Alô! Oi Prainho, tudo bem? É Bombom! Tá de folga hoje?
- Oi Bombom! Tô sim! (277) Tá precisando de ... alguma coisa?
- (278) Tou sim, gostosão! Primeiro que você venha correndo aqui, que eu estou te esperando como você gosta e depois que você vá comigo até a concessionária; o véio finalmente abriu a mão!

- Vou voando, gostosa!

Prainho, soldado da policia militar, é vizinho de Bombom há muitos anos e, (279) sempre que pode está junto dela. Não se importa que ela seja amante de Fioravantti, pois (280) acredita que a ama profundamente! Assim, sai rapidamente de seu apartamento e se dirige ao apartamento em frente, que é de Bombom; entra e vai até a porta do quarto onde para e fica olhando para aquela mulher que considera como possuidora do néctar dos deuses.

Bombom, deitada, sorri e pergunta, enquanto vai abrindo as pernas: (281) vai ficar só olhando ou vai me mostrar o quanto me ama?

Olhos saltados, Prainho corre em direção à cama enquanto grita: - (282) assim você me mata, mulher! Assim você me mata!


XV

Enquanto isso, Fioravantti chega à loja e se encaminha à sua sala; abre o cofre que é camuflado e dali retira quatro grandes diamantes; coloca-os sobre a mesa e abre uma pasta em cujas divisões se encontram outras pedras preciosas de baixo valor. Levanta uma das divisões e embaixo coloca os quatro diamantes; fecha a pasta e sai da sua sala se encaminhando para o estacionamento cercado por seus guardas-costa; entra no carro e fala ao motorista para dirigir até o clube (283) controlando a velocidade para evitar parar nos sinaleiros. Esse é um procedimento antigo, mas sempre que está transportando pedras de valores muito altos, Fioravantti repete as ordens.

Ao chegar ao clube, pede a chave da sala reservada e para lá se dirige acompanhado de seus guardas-costa que se postam à frente da porta para impedir o acesso de outras pessoas não relacionadas por Fioravantti.

Jardel e Augusto se encontram no bar e se vão ao encontro de Fioravantti que os aguarda com impaciência.

Ao entrarem, Fioravantti fala: - senhores, que bom que chegaram. Não gosto de ficar com toda essa fortuna desprotegida.

Augusto retruca: - Com todos esses gorilas aí na porta, você tem medo do que?

Fioravantti nada diz e Jardel lhe pede para mostrar a encomenda.

Jardel examina detalhadamente os quatro

diamantes e após fala a Fioravantti: - Muito bem mio amico! Excelentes peças! Valem o pago!

Jardel olha para Augusto que lhe entrega um pequeno saco de veludo onde são colocados os diamantes.

Fioravantti os olha e diz: - (284) Bom senhores, negócio fechado; eu já tenho o dinheiro e os senhores estão com os diamantes; agora é por sua conta e risco!

Jardel e Augusto consideram mais seguro se deslocarem sem a presença de guardas-costa e assim, vão para o carro e se dirigem ao encontro marcado com o Zé da Branca.

Ao chegarem ao bairro, observam homens

armados estratégicamente posicionados, que

imediatamente avisam Zé da Branca que os

convidados haviam chegado, tendo o mesmo, ido recebê-los: - Meus amigos! Quanta honra tê-los na minha área! Tô ansioso por encerrar essa tratativa, pois só me falta esse tesouro para fechar outro negócinho...

Augusto o interrompe: - (285) fechar outro negócinho? Tem mulher na jogada meu amigo Zé?

Dando uma gargalhada, Zé da Branca responde: Não é bem esse negócinho; é outro menos prazeroso, mas muito mais valioso e perigoso.
- Então vamos lá, Zé, interfere Jardel; vamos lá que quanto mais cedo terminarmos, mais nos daremos bem!

- Então vamos, meus amigos!

Ao entrarem na sala, encontram o senhor Zakmed, que lhes é apresentado como perito em jóias.

Jardel, sob o olhar surpreso de Augusto, (286) tira do seu bolso três diamantes e coloca-os sobre a mesa: - senhores, aqui estão algumas das peças mais preciosas do mundo.

O perito pega um diamante de cada vez e os examina cuidadosamente e ao terminar vira-se para Zé da Branca e fala: - São perfeitos; verdadeira obra de arte e aproximadamente 45 por cento mais valiosos que o valor que o senhor me deu...
- O senhor tem certeza, senhor Zakmed?

- Absoluta, senhor Zé!

Satisfeito, Zé da Branca começa a levantar o pequeno pano que se encontra sob os diamantes, quando Jardel coloca a mão suavemente sobre um dos diamantes e com um sorriso, diz: (287) - meu amigo, creio que este, menorzinho, é meu... estou certo?

Zé da Branca o olha e com um pequeno sorriso no canto da boca, responde: - bom... sim! É merecido! É a sua comissão conforme o combinado; eu sempre mantenho minha palavra.
- Sabemos disso, meu amigo Zé! Por isso continuamos negociando cada vez mais... É ou não é Augusto?

- Não há a menor dúvida! Nosso time não perde nenhuma!

Zé da Branca os convida para tomar uma cerveja e em seguida, Jardel e Augusto retornam para o centro da cidade.

Depois que se afastam um pouco, Augusto olha para Jardel e, quebrando o silêncio, fala: - Cara! Você é louco meu?
- (288) Louco por que? Só peguei o que era meu por direito! Afinal, as pedras são 40 por cento mais valiosas, o que lhe dará, praticamente o mesmo valor negociado conosco; no final, nossa comissão é de somente 50 por cento...

Ao terminar de falar, olha para Augusto e, juntos começam a rir e gritar, festejando o golpe em cima de Fioravantti e do Zé da Branca, com o (289) Augusto repetindo: - Você é louco...mas você é o meu herói! Você ... - Nesse momento um carro os ultrapassa e se ouve um tiro – Augusto engasga e tenta continuar falando: - é louco...mas ... - Sua cabeça balança e bate contra o vidro da janela; um tremor atinge seu corpo! (290) Jardel, surpreso e aturdido não sabe se para o carro ou aumenta a velocidade; ele apenas olha para Augusto e diz: - Augusto! Augusto! Você esta bem?

Augusto!

Mas nesse momento ele é obrigado a freiar bruscamente, pois à sua frente, o carro que os ultrapassou fechou a rua; (291) Jardel não sabe o que fazer; sua abundantemente! Dois homens armados se aproximam do carro e um deles fala: - Desce daí homem! O chefe que lhe falar.

Jardel obedece. Desce e se dirige ao carro que esta bloqueando a rua. Nesse momento, Zé da Branca aparece e olhando nos olhos de Jardel, fala: - daí dotor, tudo bem? Jardel responde: - O que é que houve Zé? Prá que tudo isso? Não tínhamos um trato? Eu não fiz a minha parte? Porque é que você esta agindo assim?
- Dotor Jardel, dotor jardel! (292) O dotor acha mesmo que pode me enganar?

- Como te enganar Zé?

Nesse instante, Zé da Branca aponta a arma que estava em sua mão (293) e atira na cocha de Jardel que caí gritando de dor: - Para com isso Zé! Sou seu amigo! Por favor, Zé; Não fiz nada para merecer isso! Pare prá pensar Zé, por favor!

Zé da branca se aproxima mais um pouco e diz: - Meu amigo dotor Jardel! Leve consigo a certeza de que nesse mundo ninguém me engana...

Apontando a arma para a cabeça de Jardel atira e fala: - Aqui, eu sou rei!

Zé da Branca coloca sua mão no bolso da jaqueta de Jardel, retira os diamantes e retorna para seu caro que arranca suavemente, como que sem pressa; sem culpa...
- Pronto! Fala Zé da Branca se dirigindo a Fioravantti: (294) - Quem não respeita, não merece respeito...

Fioravantti o olha e resmunga: (295) - eles tiveram o que mereceram.

Zé da Branca é deixado em sua residência e determina que seus comandados levem Fioravantti em segurança até sua casa.

Ao chegar em frente da sua casa, Fioravantti desce do carro sem se dar conta que Jean o observa da janela: (296) - que será que papai faz com os homens daquele idiota do Zé da Branca?

(297) - Preocupado, Jean desce ao encontro do pai: - Daí véio, tudo bem?

Fioravantti o olha e responde: - Esta tudo ótimo! Melhor impossível! E sua mãe? O que está fazendo?
- Está terminando o jantar, pai.

- Diga a ela que subi para tomar um banho e desço em seguida.

- Sim senhor! Responde Jean.


XVI

Há alguns quilômetros dali, a polícia após interditar a rua onde ocorreu a execução de Augusto e Jardel, (298) procura pessoas que possam ter testemunhado os crime.

Assim, interrogam (299) Lúcia que estava

passando nas proximidades quando escutou

os tiros: - E então, moça? Tem algo que possa nos dizer para esclarecer esses dois assassinatos?
- Olha, o que eu posso dizer é que ouvi os tiros e procurei correr para um lugar seguro (300) mas acabei indo na direção contrária; quando lá cheguei, notei um carro se afastando sem pressa e a poucos metros de onde eu estava, (301) havia o carro com o corpo de um dos homens e próximo a ele, na rua, o corpo do segundo homem.
- Você não anotou a placa do carro, modelo, etc?

- Não senhor! Se o senhor olhar agora em direção à placa do seu carro, não saberá dizer qual a identificação, pois não há luminosidade suficiente.

O sargento Sillas olha para Prainho, que balança a cabeça afirmativamente, concordando com Lúcia.

Voltando-se para Lúcia, o Sargento Sillas

pergunta: (302) - e a senhora? O que faz aqui a essa hora?
- Eu estou voltando para casa. Meu dia hoje, definitivamente, não foi dos melhores.

- E qual é a sua profissão, perguntou o sargento Sillas.

Lúcia pensou um pouco e respondeu: (303) - sou acompanhante!
-Acompanhante? (304) Você quer dizer prostituta...

- Não! O que eu disse é o que eu disse! (305) Tudo que faço, faço com cuidado... não fico pelas esquinas buscando homens; simplesmente (306) lhes faço companhia quando me contratam!

  • - Com lágrimas nos olhos, Lúcia, de cabeça baixa diz: (307) não estou cometendo nenhum crime; (308) preciso me sustentar e sustentar meu filho e minha mãe..
  • O sargento Sillas a olha, enquanto pensa: - É! Essa vida não é fácil! E então diz: - muito bem, senhorita! Entre naquela viatura, enquanto tomo mais algumas providências...
  • Lúcia, assustada, pergunta: - o senhor vai me prender? Mas por quê? O que foi que eu fiz?
  • O sargento Sillas, olha para ela e responde: - não, não vou prendê-la;Preciso lhe fazer mais algumas perguntas elhe dou uma carona até sua casa.
  • Aliviada, Lúcia aguarda o sargento na viatura enquanto ele determina algumas ações a serem tomadas e pede a um oficial informar os parentes das vitimas

Sem muita demora, o sargento entra na viatura e saem: - então, como é mesmo o seu nome?

- Lúcia, sargento!
- Então Lúcia, consegue lembrar de mais algum detalhe que possa nos dar uma pista maior do motivo de tudo isso?
- Não, sargento. Tudo que eu vi, contei a vocês.
- E você está sempre por aqui, Lúcia?
- Sim, eu moro próximo daqui; no edifício localizado na esquina da xavier com a duque.
- Aquele que fica em cima da padaria? pergunta o sargento Sillas.
- Aquele mesmo!
- Bom, estamos chegando; ouça Lúcia: se por acaso lembrar de alguma coisa que possa nos ajudar, ligue para o distrito por favor! Sinto que tem muita sujeira e gente grande por trás dessas mortes.

- Eu ligarei sargento; grata pela carona.



A CONTINUAR